🥤(#24) Top 3 charts da semana: Brasil mais evangélico, impactos da pandemia na educação e o pix como meio vencedor
🪄 💡Bem vindo ao Top 3 charts mais interessantes da semana, uma série desta newsletter que inclui apenas os três dados que mais chamaram a minha atenção ao mostrar tendências de forma ilustrada e irreverente.
#1. Um Brasil mais evangélico e menos católico
Segundo os dados recentemente divulgados do Censo 2022, o Brasil está se tornando cada vez mais evangélico — e menos católico.
Apesar de o catolicismo ainda ser a religião da maioria (57% dos brasileiros se declaram católicos), essa porcentagem era de 65% em 2010 — uma queda de 8 pontos percentuais. E esse declínio já vem sendo observado desde os anos 1990.
Enquanto isso, os evangélicos seguem em crescimento: hoje representam 27% da população brasileira. De 2010 para 2022, a participação evangélica subiu 5 pontos percentuais — e impressionantes 18 pontos percentuais nos últimos 30 anos, em relação aos anos 1990.
Definitivamente, é a religião que cresce de forma mais expressiva no país. Há demografistas que acreditam que e religião evangélica ainda vai ser a número 1 no Brasil, como explicou o podcast O Assunto — vale ouvir a análise que eles fizeram sobre os dados do Censo.
O gráfico abaixo me chamou atenção. Além do avanço dos evangélicos, ele destaca outro ponto importante: o Brasil — que já foi um país quase 100% católico no século XIX — hoje é um país religiosamente mais diverso.
Via Censo 20222, IBGE.
Isso tem impactos diretos na nossa cultura, costumes e ambiente político.
Curiosamente, nesta semana, saiu uma pesquisa da Gallup mostrando um aumento na influência da fé e da religião no dia-a-dia dos Estados Unidos.
Contrariamente as tendências dos últimos 15 anos (que diziam que religião perderia influência na vida americana), os americanos têm visto essa influência subir em 15 pontos percentuais no último ano - potencialmente, algo ligado a vitória republicana nas últimas eleições:
Thirty-four percent of U.S. adults believe religion is increasing its influence in American life, similar to the 35% measured in December but up from 20% a year ago.
These recent shifts represent a departure from the trend over the past 15 years that has generally seen larger percentages of Americans saying religious influence is decreasing rather than increasing.
#2. Impactos da pandemia na educação
A Todos Pela Educação publicou um relatório intitulado Aprendizagem na Educação Básica: situação brasileira no pós-pandemia, avaliando a evolução da educação básica no Brasil entre 2003 e 2023. A análise tem como base os dados do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica).
Os resultados do relatório estão longe de ser otimistas: a rede pública ainda não recuperou os patamares pré-pandemia, e a desigualdade social aumentou.
Ou seja, temos muito ainda o que trabalhar pela educação do nosso país (alou, empreendedores brasileiros!!).
Veja abaixo os gráficos com o desempenho em língua portuguesa e matemática entre os alunos da rede pública (para o ensino fundamental e médio):
Entre 2019 e 2021, houve uma queda substancial no desempenho escolar da rede pública.
Em 2023, os índices voltaram a subir — mas ainda não retornaram aos níveis pré-pandemia.
Se há um ponto positivo, é o seguinte: o desempenho em língua portuguesa melhorou nas últimas duas décadas para alunos da rede pública.
Já em matemática, o sinal é de alerta: entre 2003 e 2023, o desempenho praticamente não melhorou no 9º ano do ensino fundamental — e chegou a piorar no ensino médio.
Por fim, vale observar a figura 9, que mostra a disparidade entre o ensino público e o privado. O gap em relação ao que é considerado um nível adequado de aprendizagem aumentou em 2021, evidenciando de forma quantitativa o que já se suspeitava: as barreiras tecnológicas impostas pela pandemia acentuaram desigualdades sociais e o acesso à educação no Brasil.
Ou seja: estudantes de famílias com menos recursos tiveram menos acesso a apoio escolar, materiais digitais e ambientes adequados para estudar — o que ampliou ainda mais o impacto negativo sobre o desempenho desses alunos.
#3. Pix é o meio de pagamento favorito dos brasileiros
A newsletter Snaq divulgou um dado interessante: o Pix é o meio de pagamento favorito no país entre os consumidores online, com 84% de adesão. Em segundo lugar, vem o cartão de crédito, com 67% de adesão no ambiente digital. Os dados fazem parte da pesquisa O Novo Perfil do Consumidor Digital, divulgada em junho de 2025.
Esse dado é relevante porque 70% das transações bancárias no Brasil já são feitas por dispositivos móveis.
Não há dúvidas de que a implantação do Pix — nosso sistema gratuito e instantâneo de pagamentos — foi um sucesso absoluto desde seu lançamento, em 2020.
Apenas pela comodidade de uso (QR Code, chaves) e pela ausência de custos transacionais, o pix já ultrapassou as transações de DOC no primeiro mês de lançamento, e superou TEDs e boletos como meios de pagamento no primeiro tri de 2021.
Hoje, 33 milhões de brasileiros utilizam o Pix como principal meio de pagamento e a tecnologia tem sido estudada e implantada por outros países como Colômbia, Canadá e Estados Unidos.
Via Snaq.
O que mais eu tenho lido e escutado
🍿 Para assistir (série): Chef’s Table: Lendas. Essa nova temporada está imperdível — vai além da fachada bonita dos restaurantes e mergulha nas histórias por trás dos chefs. O primeiro episódio começa com um chef que eu amo: o britânico Jamie Oliver, pioneiro em usar a gastronomia como ferramenta de transformação social e saúde pública. Emocionante.
📱 Para testar (aplicativo): Desrotulando. Tenho adorado usar esse app: você escaneia o código de barras de rótulos de alimentos e ele te mostra, de forma simples, se o item é saudável ou não.
🖼️ Para apreciar: Exposição A Ecologia de Monet, no MASP. Curadoria lindíssima, fiquei encantada - ela traz obras únicas e super típicas de Monet, que vieram de longe e ficam por pouco tempo em São Paulo. Em cartaz até 24/08.
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